[ LIVROS ] A Cor Púrpura - Alice Walker


A Cor Púrpura, de Alice Walker (Resenha) – Conversa Unilateral


Celie mora com a mãe, seu "pai" e com suas irmãs mais novas, em uma casa simples no Sul dos Estados Unidos. Pobre, negra e analfabeta, Celie sofre com a inferioridade que todas as mulheres negras passam, seja pela sociedade e principalmente por seu marido.

Celie sofre muito com o seu padastro, é brutalmente estuprada por ele debaixo dos olhos da mãe, e é quando sua mãe morre que a coisa fica pior, porque ficam todas aos cuidados do padastro nefasto. E para que sua irmã menor não fosse estuprada também, ela se entregava para ele no lugar dela sempre que ele queria.

Um dia chega na casa deles um viúvo e pai de quatro filhos, o Albert. Ele estaria interessado na irmã mais nova de Celie, queria casar-se com ela, mas o padastro de Celie que tinha segundas intenções com a pequena e que também queria se ver livre de Celie pelas coisas que tinha feito com ela, a ofereceu no lugar. Albert demorou a se decidir, mas por fim, mesmo a achando feia demais e lhe dirigindo insultos, viu nela a oportunidade de ter uma mulher para cuidar dos seus filhos e lhe servir. Isso mesmo, o servir, porque o que Celie passa nas mãos desse crápula, é de cortar o coração. Ele a violenta sem pudor, física e moralmente.

As coisas só começam a mudar na vida de Celie com a chegada de Shug Avery, uma cantora de bar e amante de Albert. Que mesmo tendo uma rusga com Celie quando se conhecem, com o tempo se tornam amigas e Shug uma mulher vivida, do mundo, começa a mostrar para Celie como se impor perante a sociedade e principalmente perante o seu marido. A ter amor por si mesma e ser dona do seu destino.



El color púrpura, perdedora del Oscar | Silvestre López Portillo



 A história da uma reviravolta maravilhosa, Celie se mostra mais forte do que eu imaginava e uma nova história de amor entra no caminho de Celie. E esse encontro me deixou de queixo caído, pois é um assunto que nessa época era abominável. Tacada de mestre da autora.


O livro é narrado por Celie através de cartas que ela escreve a Deus e com o passar do tempo, com cartas que ela escreve a sua irmã que se tornou missionária na Africa.

Amei a leitura, é emocionante, te faz ter raiva, te faz gritar com Celie pra tomar uma atitude, te faz querer pegá-la no colo para ninar, enfim, te deixa com vários conflitos internos e bem cativada por Celie e depois por Shug que foi um anjo na vida dela. Um anjo meio doido, mas foi, hahaha.

O que achei maravilhoso também, é que lendo o livro, você encontra vários aspectos que a sociedade ainda luta nos dias de hoje. A história se passa no início do século XX e a autora faz uma crítica enorme a relação entre homens e mulheres, essa busca pela igualdade, pelo respeito, em uma sociedade que escancaradamente da mais poder e voz ao sexo masculino. E também tem a crítica as diferenças de tratamentos as pessoas de classes sociais diferentes ou menos abastadas por assim dizer, e de etnias diferentes. A busca pela igualdade, seja ela qual for, está bem presente nesse livro e quando paramos para pensar bem, vemos que a visão da autora nada mais é, do que o retrato do nosso presente, do que ainda vivemos hoje, e do que se não mudar será ainda o retrato do nosso futuro amanhã. Agora é correr e assistir ao filme que é muito aclamado.


As páginas são amareladas, as letras em tamanho maravilhoso para leitura. Não encontrei erro nenhum de ortografia, marca registrada da Record, adoro isso. E essa capa está linda, condiz e muito com a história e onde Celie morava. A cor rosa e a fonte do título curti muito também. Bela edição de comemoração desse clássico moderno e contagiante.





A Cor Púrpura
Título: A Cor Púrpura

Autora: Alice Walker

Editora: Novo Século

Páginas: 336

Ano de Publicação: 2016

Skoob: Adicione 

Vencedor do Prêmio Pulitzer em 1983 e inspiração para a obra-prima cinematográfica homônima dirigida por Steven Spielberg, o romance A cor púrpura retrata a dura vida de Celie, uma mulher negra no sul dos Estados Unidos da primeira metade do século XX. Pobre e praticamente analfabeta, Celie foi abusada, física e psicologicamente, desde a infância pelo padrasto e depois pelo marido. Um universo delicado, no entanto, é construído a partir das cartas que Celie escreve e das experiências de amizade e amor, sobretudo com a inesquecível Shug Avery. Apesar da dramaticidade de seu enredo, A cor púrpura se mostra muito atual e nos faz refletir sobre as relações de amor, ódio e poder, em uma sociedade ainda marcada pelas desigualdades de gêneros, etnias e classes sociais.



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1 Comments

  1. Oii!!

    Eu tenho esse livro em e-book, mas ainda não o li... Não imaginava que a história era tão densa e sofrivel como o que vc descreveu, não sei se tenho estomago para realizar a leitura no momento, mas com certeza farei.
    Gostei muito de ler suas considerações!

    Beijinhos,

    Ani

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